domingo, 15 de novembro de 2009

Soneto do amigo


Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.

É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.

Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.

O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...

Vinícius de Moraes

1 comentário:

writerinmourning disse...

;P sabes que às vezes os amigos também são inconstantes, inconsequentes, esquecidos e ausentes. Mas continuam a ser amigos. Deviam escrever-se duas linhas em que apenas se dissesse que um amigo é alguém que esteja onde estiver, é capaz de pensar em ti e desejar que estejas feliz. Não basta, mas é mais importante.

Beijos grandes!!!