sexta-feira, 13 de junho de 2008

Existe um timing para tudo e muitos são aqueles que não o respeitam, porque acham precisamente, que não existe um timing para nada porque o que importa é a força de vontade, a forma como nós acreditamos naquilo que desejamos alcançar, a intensidade com que depositamos confiança em nós próprios e muito importante... esqueci-me agora. Estas frases são muito bonitas mas não passam disso, espremem-se muito bem como se estivessem a sair da máquina de lavar em direcção ao estendal, mas nem uma pinga de água.
Existe um timing sim e se ele existe é para ser comprido tal qual uma colheita que tem que ser feita em determinado período. Vamos cá ver: porque é que a apanha da cereja é normalmente feita em Maio/Junho e da uva entre Setembro/Outubro? Deve ter sido por acaso, querem ver?! Pois claro que não.Porque é aí que os frutos estão nas melhores condições para serem colhidos: nem verdes, nem demasiados maduros. Na altura certa. No chamado “ponto” para irem para o cesto. E o que acontece quando não respeitamos este timing é que possivelmente encontramos lá os frutos sim, mas já sob a forma de fósseis ou com caruncho que é como se costuma dizer lá para a terra. É daí que vem a expressão “Tu não vales um caroço!” que é ao que ficam reduzidas as cerejas se não forem apanhadas a tempo.
E assim, há muitas pessoas que continuam a não respeitar esta elementar regra, a da colheita no tempo certo, convencidos que estão, de ainda poderem apanhar maçãs em Fevereiro. Não podem. Existe um tempo para tudo e se não apanharmos o que ele nos dá na altura certa, nada retiraremos dele. Falharemos o timing ou pura e simplesmente o deixaremos passar como se estivéssemos de boca aberta, na janela do carro, a ver um palácio muito bonito. E depois disto, quando passamos, quando percebemos o que ficou para atrás, é que entendemos que o timing era aquilo. E era tão simples de entender. Pelos sinais que nos faziam, pela forma como nos olhavam, por aquilo que nos diziam. Tão simples de entender caramba e nós ali, numa espécie de gaguez mental que nos retrai em vez de nos fazer ir em frente.
E o mais curioso é quando entendemos tudo desde o início mas achamos que ainda não é o timing certo, que ainda precisamos de mais uma prova ou outra que isto não é assim, mais um jantar, mais um cinema, mais umas férias que eu depois quando vier decido, mais uma carta, um telefonema, uma mensagem cautelosa que eu não tenho a certeza, mais um dia a seguir a outro, mais uma semana em que não nos vemos, mais uma semana que nos vemos sem nos ver, até ao dia em que percebemos, que perdemos todo o “Timing” que até aí nos unia.

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